Certa manhã, meu pai,
muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceite com prazer. Ele
se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos
pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns
segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho
de carroça.
- Isso mesmo, disse meu
pai, e uma carroça vazia.
Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a
carroça está vazia, se ainda não a vimos?
Ora, respondeu meu pai, é
muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais
vazia a carroça maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e até
hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de
intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente,
interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da
razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai
dizendo: "Quanto mais vazia a
carroça maior é o barulho que faz..." (Autor desconhecido)
Esta é a realidade da história Bíblica do Fariseu e o
Publicano, que foram ao templo para orar (Lucas 18.9-14). O Fariseu era membro da
seita mais ortodoxa dos judeus. Estava em pé no templo. Fez seu o objetivo de
ser tão destacado e visível quanto possível. Ele orava de si para si mesmo.
Literalmente: Suas palavras eram mais de congratulação e louvor de si mesmo, do
que uma comunicação com Deus. Vaidosamente enumerou suas supostas virtudes,
agradecendo também a Deus, porque não era como as outras pessoas...
O fariseu é um
tipo de todas as pessoas presunçosas de todos os tempos, de cada pessoa que se
agrada a si mesma e que tem prazer em sim mesma, em seu próprio ser e agir que
julga maravilhosos; que se gaba diante de Deus de sua honestidade civil e de
sua reputação que julga imaculada, de sua brilhante virtude exterior, e que aponta
o dedo para os outros com desdém... é oco e barulhento... é carroça vazia...
O publicano não
tinha nada da arrogância e autoconfiança do fariseu. Estava em pé, longe, provavelmente
na sombra dum pilar, onde podia passar o quanto mais possível desapercebido.
Está vivamente consciente de sua indignidade... Sua oração é curta e profunda: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!”
E Jesus
terminou, dizendo: “Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para
casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se
humilha será engrandecido” (Lucas 18.14).
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